O dia da ida...

12 de agosto de 1994.

"Acordamos super cedo, e fomos arrumar as coisas. Tomei banho e fiz um tratamento geral em tudo, pra chegar lá bem tratada. Enquanto isso, mamãe pois as coisas na mala. Eu arrumei a necessaire, e a Dani e a Cami vieram se despedir de mim! Meu olho encheu d'água na hora de falar Tchau. A Carmem foi lá em casa quando eram 18h30, fomos buscar a vovó. Acredita que ela não tava pronta? Fomos pro aeroporto. Embarcamos eram 22h15. O vôo saiu 23h00. Não chorei. Estava louca para chegar logo! Não pude sentar ao lado da Gabi e da Mari, os lugares eram marcados..."


12 de agosto de 2015.

Eu sempre fui muito emotiva. Muito. Chorei até no "Sim" do meu casamento (e olha, que eu estava feliz!). Mas nas duas vezes em que fui morar fora do país (depois desse intercâmbio, logo após terminar a faculdade, eu tive a oportunidade de passar uma temporada no exterior novamente) eu não chorei no aeroporto. Não rolou aquela choradeira, mil lágrimas e abraços muito longos, nada disso... Incertezas, decisões e términos me abalam muito mais. A saudade também, é claro. Mas o ato de partir, ciente de uma volta (ainda que demorada) nunca me abalou muito. Às vezes, eu me pergunto se é porque eu fui criada em escola de regime integral, então, eu me acostumei desde cedo a passar o tempo longe da minha família, ou talvez porque desde pequena eu viajava para acampamentos de férias, também longe da família... O fato é que eu acho que aprendi a me despedir, com a confiança de que vai ter volta. Entende?...